Atualizado em 16/05/2024.
O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos, com uma colheita projetada de 118,5 milhões de toneladas para a safra 2023/24, de acordo com dados da CONAB.
O cultivo de milho ocupa a segunda posição em volume de grãos produzidos no Brasil, ficando atrás apenas do cultivo de soja, sendo, assim, estratégico para a economia e a segurança alimentar do país.
Nos últimos trinta anos, o agricultor viu a produtividade média dessa cultura saltar de pouco mais de 2.000 kg/ha para 5.855 kg/ha, o que só foi possível graças a união do avanço de tecnologias, como melhoramento genético e nutrição de solos, associado ao aprimoramento do manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas na cultura.
Contudo, existe um Inimigo Oculto que, embora seja frequentemente negligenciado ou até subestimado, se apresenta como um adversário quase invisível e que, de forma silenciosa, impede o alcance de níveis cada vez mais elevados de produtividade na cultura: os nematoides.
Um estudo realizado pela Syngenta em parceria com a Agroconsult e a Sociedade Brasileira de Nematologia aponta que, até 2031, os prejuízos gerados pelos nematoides podem ultrapassar a casa dos R$ 873 bilhões de reais em diversas culturas, sendo mais de R$ 110 bilhões apenas na cultura do milho.
Esse montante equivale, atualmente, ao produzido numa safra inteira, o que significa que, se este inimigo oculto não for devidamente combatido nas áreas de produção de milho, os produtores podem perder o equivalente a uma safra em cada dez safras até 2031.
Sendo assim, conhecer as espécies de nematoides que afetam a cultura, os danos que causam e os desafios que representam, além de entender como realizar um manejo efetivo, são estratégias essenciais para mitigar os prejuízos causados por esses vermes e continuar avançando na manutenção da produtividade da cultura do milho no Brasil.
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O que faz dos nematoides um desafio tão grande?
Uma vez estabelecidos nas áreas de cultivo, os nematoides são parasitas que representam uma séria ameaça para a agricultura mundial. Quando falamos em controle de nematoides, nos referimos ao manejo populacional para mitigação dos danos, assunto que será extensamente abordado nesse conteúdo.
Esses vermes são visíveis apenas com o auxílio de um microscópio e, embora os sintomas de infestação possam ser vistos na maioria das raízes de plantas cultivadas, são menos evidentes na cultura do milho, o que dificulta sua detecção.
Seu ciclo de vida é composto pelas fases de ovo, juvenil e adulto. Durante cada fase, podem entrar em um estado de dormência, em que reduzem seu metabolismo e aumentam a capacidade de sobreviver sob condições desfavoráveis.
São biotróficos, ou seja, dependem de hospedeiros vivos para sobreviverem, contudo, na ausência de um hospedeiro ou de condições ideais, podem permanecer no solo por longos períodos de tempo, até que haja a presença de hospedeiros novamente.
Além disso, esses vermes são polífagos, ou seja, têm a capacidade de se alimentar de uma vasta gama de hospedeiros e ainda facilitam a infecção desses por fungos e bactérias que sobrevivem no solo.
Portanto, os nematoides que afetam a cultura do milho também podem afetar outras culturas de importância econômica para o Brasil e o mundo que sejam cultivadas de alguma forma em sistema de sucessão a esse, como: soja, algodão, cana-de-açúcar, café, hortifrúti, etc.
Nesse sentido, a adoção de práticas de manejo integrado de nematoides é fundamental para manter ou até mesmo elevar a produtividade do milho, a despeito da presença desses inimigos ocultos nas áreas produtivas.
Mas, para isso, é preciso saber identificá-los, conhecendo suas características e os sintomas de sua ocorrência.
Quais são as principais espécies de nematoides que afetam a cultura do milho no Brasil?
No Brasil, para a cultura do milho, já foram identificadas mais de 40 espécies de nematoides associadas às raízes, pertencentes a 12 gêneros diferentes. Desses, algumas espécies têm destaque, especialmente por estarem tão amplamente distribuídas pelas regiões produtoras do país.
As principais espécies de nematoides de importância para o milho incluem as do gênero Pratylenchus, como nematoide-das-lesões, e Meloidogyne, como o nematoide-das-galhas.
Pratylenchus spp. (Nematoide-das-lesões)
Três espécies de nematoides do gênero Pratylenchus são encontradas na cultura do milho: P. brachyurus, P. zeae e P. jaehni.
Esses nematoides são responsáveis por causar lesões necróticas nas raízes do milho e podem ser encontrados nas principais regiões produtoras da cultura no país.
Além disso, são migradores, ou seja, são capazes de se mover dentro das raízes, para se alimentar de diversas células das plantas, e também para fora delas, migrando de uma planta para outra e, assim, infestando diversos vegetais.
O escurecimento das raízes, característico das lesões causadas pelos nematoides desse gênero, se deve ao fato de que, ao se alimentarem, esses nematoides levam à morte celular e a decomposição desses tecidos provoca o escurecimento das raízes, sendo as raízes secundárias mais severamente afetadas.
Os ovos dos nematoides desse gênero também podem ser depositados tanto dentro dos tecidos radiculares quanto no solo, o que dificulta ainda mais a quantificação de sua população numa área infestada.
Os principais sintomas apresentados pelas plantas de milho infectadas pelos nematoides do gênero Pratylenchus spp., incluem:
- falhas no estande;
- redução do número de raízes;
- presença de lesões necróticas nas raízes, sintoma característico desse gênero e que deve levantar suspeitas sobre sua ocorrência na área de cultivo;
- desenvolvimento reduzido das plantas, em função da interferência na absorção de água e nutrientes pelas raízes;
- observação de plantas mal desenvolvidas, que podem apresentar, inclusive, clorose das folhas;
- redução do diâmetro do colmo;
- redução da qualidade dos grãos.
O infográfico abaixo resume as principais características biológicas dos nematoides-das-lesões para elucidar o entendimento:
Meloidogyne spp. (Nematoide-das-galhas)
As duas principais espécies de nematoides-das-galhas que afetam o milho são M. incognita e M. javanica.
Os nematoides desse gênero são cosmopolitas e polífagos, pois são amplamente distribuídos, podendo ser encontrados em mais de dois terços das regiões agrícolas do mundo, e são capazes de parasitar diversas espécies de plantas, inclusive as daninhas.
Ao contrário das espécies de Pratylenchus, o nematoide-das-galhas adquire o hábito sedentário durante seu ciclo de vida, com as fêmeas estabelecendo uma relação de parasitismo nas raízes das plantas hospedeiras, adquirindo um formato arredondado e cor branca-leitosa enquanto vivas e tonalidades amareladas a marrom-escuras após a morte.
Os ovos podem entrar em um estado de quiescência, de atividade fisiológica reduzida, permitindo-lhes sobreviver no solo em condições adversas por longos períodos. É no estádio denominado juvenil de segundo estágio (J2) que esses nematoides começam a parasitar as plantas de milho.
Os nematoides-das-galhas também excretam toxinas que interferem na fisiologia das plantas hospedeiras, induzindo uma divisão celular desordenada que resulta em crescimento excessivo, ou hiperplasia dos tecidos das raízes, levando à formação do sintoma popularmente conhecido como “galhas”. Esse efeito é especialmente notável em culturas de soja, enquanto em milho, demanda um olhar mais atento.
Os principais sintomas apresentados pelas plantas de milho infectadas pelos nematoides do gênero Meloydogine spp., podem ser difíceis de identificar, mas incluem:
- presença de galhas menos numerosas ou em formatos diferentes dos que podem ser mais comumente observados em outras culturas;
- desenvolvimento reduzido da cultura;
- raízes apresentando desenvolvimento limitado e de pouca profundidade;
- ocorrência de lesões escurecidas nas raízes, menos intensas do que as causadas pelos nematoides-das-lesões.
O infográfico abaixo resume as principais características biológicas dos nematoides-das-galhas para elucidar o entendimento:
O que o produtor de milho pode fazer diante de uma lavoura infestada de nematoides?
O produtor deve partir do pressuposto de que a solução precisa contar com a implementação de diversas estratégias de manejo unificadas, como as propostas pelo Manejo Integrado de Nematoides.
As principais estratégias de controle incluem:
- Tratamento de sementes: essencial para reduzir a população de nematoides a longo prazo por meio de controle químico. Esse manejo deve ser realizado a cada novo plantio devido à viabilidade prolongada dos nematoides no solo;
- Rotação de culturas: é recomendada principalmente se houver a possibilidade de ser feita com espécies não hospedeiras dos nematoides dos gêneros acima citados;
- Cuidado com a assepsia: a limpeza de máquinas, implementos e ferramentas utilizadas na lavoura é uma das melhores estratégias para prevenir a disseminação dos nematoides de áreas contaminadas para novas áreas;
- Monitoramento constante: a utilização de ferramentas digitais para identificar a ocorrência e monitorar a evolução dos nematoides na área de cultivo permite uma detecção rápida e de baixo custo do problema.
Como já dito, embora não seja possível eliminar completamente os nematoides, é totalmente viável controlá-los para evitar perdas significativas de produtividade e isso deve ser feito por meio de um manejo consistente ao longo dos anos, para manter a população abaixo dos níveis economicamente prejudiciais.
O emprego de monitoramento via satélite desponta como uma ferramenta eficaz na detecção de irregularidades no crescimento das plantas que podem ser imperceptíveis a olho nu. Esses dados são capazes de orientar uma coleta de amostras de solo mais detalhada para a execução de análises de identificação e quantificação mais precisas.
Operação Inimigo Oculto: a Syngenta ao lado do produtor rural
O monitoramento georreferenciado é o pilar que sustenta a Operação Inimigo Oculto, uma iniciativa pioneira, liderada pela Syngenta em colaboração com a Agroconsult e a Sociedade Brasileira de Nematologia.
Essa operação envolve a coleta de imagens, possibilitando a construção de um histórico das áreas e o acompanhamento do desenvolvimento de áreas identificadas como críticas, para melhor orientar os locais de coleta de solo para análises, baseando-se no histórico construído para cada região.
Por meio dessa tecnologia, é possível detectar rapidamente os problemas, identificando-os e coletando dados essenciais que possibilitam monitoramento e manejo eficazes de nematoides em todas as regiões produtoras de milho do país.
Para acessar, basta clicar e explorar o mapa interativo. O infográfico abaixo ilustra a frequência de ocorrência dos nematoides dos gêneros Meloidogyne e Pratylenchus em todo o território brasileiro, sem discriminação de uma cultura específica.
Considerando os nematoides mencionados anteriormente, para as espécies do gênero Meloidogyne, a taxa de frequência verificada no Brasil para a cultura do milho é de 40,71%, com dados atualizados em maio de 2024. Ou seja, do total de 1.378 amostras de raízes de milho analisadas, 561 estavam infectadas com nematoides desse gênero, conforme a imagem abaixo.
Já para as espécies do gênero Pratylenchus spp., a taxa de frequência verificada no Brasil para a cultura do milho é ainda maior, de 73,66%, com dados atualizados em maio de 2024. Ou seja, do total de 1.378 amostras de raízes de algodão analisadas, 1.015 estavam infectadas com nematoides desse gênero, conforme a imagem abaixo.
Munido dessas informações, o produtor de milho pode contar com a Syngenta, que oferece duas soluções de seu portfólio para o combate dos nematoides na cultura.
Essas soluções controlam os nematoides desde a emergência da cultura, possibilitando um manejo verdadeiramente eficiente, baseado na escolha das ferramentas mais adequadas, unindo performance e controle de amplo espectro. São elas:
AVICTA® Completo: tripla proteção desde o início
AVICTA® Completo é o único Tratamento de Sementes Industrial (TSI) para a cultura do milho que oferece proteção 3-em-1, sendo recomendado para o manejo de pragas, doenças e nematoides.
É uma oferta comercial composta por 5 moléculas, dos produtos AVICTA® 500 FS, CRUISER® 350 FS e MAXIM® ADVANCED na mesma formulação, possuindo modos de ação por contato e ingestão que garantem um amplo controle das diferentes ameaças, em especial dos nematoides que acometem as raízes.
AVICTA® 500 FS é um nematicida e inseticida sistêmico, composto pela molécula abamectina, proporcionando controle eficaz contra os alvos: lagarta-elasmo e nematoide-das-lesões.
CRUISER® é um inseticida sistêmico do grupo dos neonicotinoides (tiametoxam), que se transloca rapidamente pelos tecidos da planta de milho, oferecendo controle eficaz e proteção prolongada das principais pragas iniciais, como: cigarrinha-das-pastagens, cigarrinha-do-milho, lagarta-elasmo e percevejo-barriga-verde. Essa molécula também possui um efeito bioativador que fortalece a robustez da planta de milho.
MAXIM® Advanced é um fungicida sistêmico especialmente desenvolvido para TSI, contendo três ingredientes ativos que proporcionam controle efetivo contra os principais fungos de solo que atacam as sementes, tais como: podridão-do-colmo e podridão-rosada-do-milho; podridão-dos-grãos-armazenados e fungo-de-pós-colheita; e bolor-verde, reforçando ainda mais a defesa das sementes de milho.
Quando empregado no TSI de milho, essa ferramenta protege a planta desde o momento da emergência, um dos períodos mais críticos no desenvolvimento da cultura, e no momento de estabelecimento do estande, que influencia diretamente o componente de produtividade mais importante para a cultura, o número de plantas por área.
FORTENZA® Elite: Protege a semente. Fortalece a lavoura.
FORTENZA® Elite é uma solução completa e inovadora para o controle de nematoides, pragas e doenças na cultura do milho, destacando-se por sua performance superior.
Essa solução para o Tratamento de Sementes Industrial (TSI) combina até 6 ingredientes ativos, que proporcionam um amplo espectro de controle por meio de ação sistêmica, de contato e de ingestão. Isso garante máxima eficiência e proteção necessárias durante o estádio inicial das plantas de milho.
A formulação de FORTENZA® Elite integra 4 soluções eficazes e sinérgicas: FORTENZA®, CRUISER®, AVICTA® e MAXIM®Advanced, proporcionando uma proteção robusta desde o início do cultivo.
FORTENZA® é um eficiente inseticida sistêmico, de contato e ingestão. Composto pela molécula Ciantraniliprole, combate as principais pragas iniciais da cultura do milho, como: lagarta-do-cartucho, tripes, lagarta-rosca, lagarta-elasmo e coró. Já as outras moléculas foram detalhadas acima.
Esse produto é ideal para o TSI, eliminando preocupações com incompatibilidade, uma vez que todos os produtos vêm combinados em uma única oferta. A potência combinada de dois inseticidas, um nematicida e um fungicida, assegura uma proteção abrangente e eficaz desde o início.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
Confira a central de conteúdos Mais Agro para ficar por dentro de tudo o que está acontecendo no campo.
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